
Os governos de todo o mundo enfrentam o dilema de recursos limitados e objetivos fiscais cada vez mais rigorosos, por um lado, e, por outro, a crescente pressão para fornecer serviços públicos de qualidade. A situação é particularmente problemática nos países em desenvolvimento, onde a diferença entre os recursos disponíveis e a demanda por serviços públicos básicos é muito maior. As políticas, planos e metas do governo, como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os Documentos de Estratégia de Redução da Pobreza, freqüentemente permanecem no papel ou são parcial e mal implementados devido à falta de recursos e quadros institucionais fracos e desatualizados. Nesse contexto, os governos têm procurado alternativas e experimentado novas abordagens para fechar essa lacuna e implementar suas políticas. Muitas das novas abordagens e ferramentas usadas pelos governos compartilham uma característica comum importante: são altamente indiretas, ou seja, dependem de terceiros para fornecer serviços públicos e perseguir finalidades autorizadas publicamente, incluindo contratações, subsídios, bônus e garantias de empréstimos, entre muitos outros. Como resultado, terceiros estão agora intimamente envolvidos na implementação e, muitas vezes, na administração de negócios públicos. Uma grande parte da discrição sobre as operações de programas públicos está agora fora da agência governamental responsável (Salamon 2002).