Planejamento Estratégico Participativo do CAHL/UFRB (2017-2021): os desafios da participação para o pensamento estratégico num contexto universitário público, crítico e politizado

Abstract:
O Centro de Artes, Humanidades de Letras (CAHL), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), instalado nas cidades de Cachoeira e São Felix, faz parte de uma estrutura de 06 campi com 07 centros de ensino. O CAHL oferta 10 cursos de graduação e 3 mestrados, envolvendo 2039 estudantes, 125 docentes e 42 servidores técnicos administrativos e 41 terceirizados. Fruto da expansão promovida pelo Programa de Apoio Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) cresceu sem nenhum planejamento estratégico, fugindo em parte do que tinha sido traçado inicialmente no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRB, tendo sua expansão de modo incremental e a partir de algumas “janelas de oportunidade”. Ao longo dos seus 10 anos, o Centro demonstrou muitos avanços em termos de inclusão social por meio de políticas afirmativas, principalmente, para jovens negros de origem pobre, produção intelectual crítica e política qualificada, engajamento social com vasta produção extensionista, formação não convencional e inovadora. Por outro lado, avolumou problemas quanto a sua infraestrutura, permanência de docentes e técnicos administrativos, falhas na comunicação, burocracia fraca, centralização financeira e administrativa na Reitoria que fica em outro município, entre outros. Frente ao ritmo de mudanças políticas e econômicas nacionais, tornou-se inexorável a elaboração de um planejamento estratégico para o Centro, não apenas como uma necessidade burocrática, mas como um desafio vital, principalmente, pós Reuni em que se põe em cheque sua sustentabilidade, manutenção e desenvolvimento. Este texto tem como objetivo analisar o processo de elaboração do Planejamento Estratégico Participativo do CAHL (2012-2021), suas inovações metodológicas e desafios para a participação dos diferentes atores da universidade. O planejamento foi elaborado a partir de uma metodologia própria seguindo os pressupostos da participação ativa, democracia deliberativa e transparência em todas as sete etapas propostas, indo além de um processo técnico e implicando em uma nova postura organizacional, levando em conta aspectos subjetivos e intuitivos presentes na gestão universitária, lidando com o exercício intelectual combinado a criatividade, racionalidades, comportamentos e formas de trabalhar. A metodologia envolveu oficinas presenciais, enquetes e debates online em grupo específico no Facebook, foi inspirada em diferentes autores como Bryson (1988) - Ciclo da Mudança Estratégica e Arguin (1989) – Universidade do Quebec, e pelo Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Administração - FORPLAD (1995). São feitas análises de conteúdo a partir de postagens e enquetes no Facebook, diários de campo e do documento final produzido. Destaca-se os paradoxos envolvidos para criação de uma cultura participativa num Centro extremamente politizado e comprometido com a produção intelectual crítica e engajada nas áreas de artes e humanidades.
Área(s) temática(s):
Año:
2017
Tipo de publicación:
Paper/Extenso Congresos GIGAPP
Palabras clave:
Congreso GIGAPP
Número:
GIGAPP2017
Serie:
VIII Congreso Internacional en Gobierno, Administracion y Politicas Publicas
Dirección:
Madrid, España
Organización:
GIGAPP. Asociación GIGAPP
Mes:
Septiembre
Comentarios:
Propuesta aceptada Ponencia/Comunicacion 2017-51 Planificacion y territorio
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