O Brasil da primeira década do século XXI ficou marcado pelo incremento das políticas públicas e pela ampliação de direitos a segmentos sociais antes renegados pelo Estado. Isso só foi possível graças ao progresso do chamado “Campo de Públicas”, que engloba uma série de cursos acadêmicos orientados à formação de gestores aptos a atuarem na administração pública estatal e não estatal, nacional e internacional, e analistas e formuladores de políticas públicas, com ethos público, republicano e democrático. A identidade do Campo de Públicas vinha sendo construída em sintonia com uma remodelação do papel estatal no desenvolvimento com vistas à efetivação dos compromissos assumidos na Constituição de 1988. A recente ruptura democrática promovida no país por setores do Estado, da mídia, e do mercado, vem gerando impactos significativos nestes compromissos e, por consequência, criando impasses para o futuro da carreira de gestor público no país. Sendo assim, a partir de uma base documental, o presente artigo apresenta um histórico do Campo de Públicas no país e problematiza os impasses provocados pela crise política na atuação dos gestores e no papel do Estado brasileiro frente o pacto constitucional.