Comportamento Eleitoral nos Estados Brasileiros nas Eleições Presidenciais de 1998 e 2006 e os Programas de Transferência de Renda.

Zuccolotto, Robson; da Rocha Diones, Gomes
Abstract:
O resultado das eleições para o cargo de Presidente da República no Brasil, em 2014, aflorou - em boa parte do eleitorado - o sentimento da existência do voto de cabresto após a reeleição da Presidente Dilma Rousseff. São Paulo foi o principal palco das manifestações populares e virtuais que defendiam a recontagem de votos e o impeachment da recém reeleita presidente. O Programa Bolsa Família (PBF) foi a política escolhida para ataque dos manifestantes. Tal programa foi associado à captura de votos dos eleitores, a favor de incumbentes ou seus indicados, provenientes de estados com menor renda, principalmente dos estados da Região Norte e Nordeste. Mas, seriam os programas de distribuição de renda, ou mesmo o fator renda, capazes de influenciar o comportamento eleitoral a ponto de decidir uma eleição presidencial? Para responder a tal pergunta o presente estudo objetiva avaliar o comportamento dos eleitores brasileiros nas eleições de FHC, em 1998, e Lula, em 2006. A pesquisa tem seu suporte teórico calcado em três principais teorias criadas para predizer o comportamento eleitoral: (i) a sociológica, (ii) a psicológica e (iii) a escolha racional. A partir dos dados obtidos foram realizados testes de média e análise de variância – ANOVA. Tendo em vista o cunho exploratório do estudo, utilizou-se, ainda, a técnica de regressão para verificar se há alguma relação entre as variáveis estudadas. O método escolhido para tal análise foi o sistema de equações de regressão, com o uso do estimador dos mínimos quadrados ordinários. Para cumprir o objetivo da pesquisa o trabalho contempla uma introdução que propõe a discussão e estabelece a hipótese de pesquisa; um referencial teórico que discute as principais teorias do comportamento eleitoral, dá uma visão geral sobre programas compensatórios de distribuição de renda, com ênfase no PBF. Por fim, trata-se dos aspectos metodológicos e, em seguida, das análises, resultados e considerações finais. Constatou-se que a renda ou programas de distribuição de renda não são capazes de explicar sozinhos o comportamento eleitoral, bem como o fato de pertencer a faixas mais baixas de renda signifique que o eleitor vote diferente de eleitores do estado de maior renda do Brasil. Isso, de alguma forma, contesta boa parte da literatura que acredita que o fator renda está associado fortemente ao voto das pessoas mais pobres. Apurou-se, ainda, que fatores como localização geográfica e coligação podem, também, ter peso em uma eleição. Isso indicar a necessidade de pesquisas que possam avaliar o peso de variáveis psicológicas, tais como, ideologias, crenças etc.
Área(s) temática(s):
Año:
2016
Tipo de publicación:
Paper/Extenso Congresos GIGAPP
Número:
2016-434
Serie:
VII Congreso Internacional en Gobierno, Administración y Politicas Públicas. GIGAPP 03-05 octubre 2016.
Dirección:
Madrid, España
Organización:
GIGAPP. Asociación Grupo de Investigacion en Gobierno, Administración y Políticas Públicas
Mes:
Octubre
Comentarios:
Da Silva Suzart, Janílson. Secretaria do Tesouro Nacional - Brasil. jassuzart@yahoo.com.br; Carvalho Teixeira. Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Brasil. marco.teixeira@fgv.br.Trata-se de um artigo em fase de discussão final para submissão a um periódico para publicação. Todos os autores contam com apoio de suas instituições para participação do congresso. Inclusive um deles já se encontra na Espanha fazendo estágio doutoral.
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