Este artigo propõe uma reflexão sobre a medicalização da infância e as políticas de saúde mental no Brasil, a partir do conceito de biopolítica em Michel Foucault. Para possibilitar esta reflexão foi selecionado nas obras de Foucault seminários que apresentavam o tema da biopolítica, poder psiquiátrico e a psiquiatrização da infância, assim como uma breve descrição da trajetória da reforma psiquiátrica brasileira com ênfase nas políticas públicas de saúde mental. Considera-se que a estratégia biopolítica se faz presente promovendo a ascensão da indústria farmacêutica à custa dos microssistemas frágeis que facilmente tornam-se reféns deste jogo de poder, caracterizado pela multiplicidade de relações de forças imanentes e próprias do domínio em que se exercem.